Nesta postagem no blog Claras e Franciscos segue a Lição 2.
Desejamos a todos e todas uma boa leitura.Notas de Formação – Lição 2
O Companheiro Espiritual
O que há neste estudo?
Exploraremos
como o ideal francisclariano é alcançado apenas em comunidade e com o apoio de
uma companheira espiritual, alguém que se identifique com a sua vocação, que
não o julgue pelas suas lutas e o encoraje ao longo do caminho.
Para começar a explorar
1.Você
tem atualmente um companheiro espiritual? Caso afirmativo, dar um exemplo de
algo que ele ou ela ajudou você a entender, algo que a oração ou o estudo
sozinho não iluminaram completamente. Caso que não, você vai buscar logo?
2. O
que você espera do relacionamento com sua companheira espiritual?
3.
Santo Aelred disse: "Aquele que permanece na 'amizade' permanece em Deus,
e Deus nele" (1 João 4:16 parafraseado). Como pode manter o seu relacionamento
centrado em Cristo?
Aprendendo com as Fontes Franciscanas
Da Forma de Vida
E
depois que o Senhor me deu Irmãos, ninguém me mostrou o que deveria fazer, mas o
próprio Altíssimo me revelou que eu deveria viver segundo a forma do Santo
Evangelho.
Testamento
Da Correção
Bem-aventurado
o servo que suporta advertência, acusação e repreensão de outro tão
pacientemente como de si mesmo. Bem-aventurado o servo que, na repreensão, benignamente
aquiesce, com reverência obedece, com humildade se confessa e da boa vontade a
satisfaz.
As Admoestações de São Francisco, 22
Como S. Francisco recebeu o conselho de S. Clara e do Frei
Silvestre
O
humilde servo de Cristo S. Francisco, pouco tempo depois de sua conversão,
tendo já reunido e recebido na Ordem muitos companheiros, entrou a pensar muito
e ficou em dúvida sobre o que devia fazer, se somente entregar-se à oração, ou
bem a pregar algumas vezes: e sobre isso desejava muito saber a vontade de
Deus.
E
porque a humildade que tinha não o deixava presumir de si nem de suas orações,
pensou de conhecer a vontade divina por meio das orações dos outros.
Pelo
que chamou Frei Masseo e disse-lhe assim: "Vai a Soror Clara e dize-lhe da
minha parte que ela com algumas das mais espirituais companheiras rogue
devotadamente a Deus seja de seu agrado mostrar-me o que mais me convém: se me
dedicar à pregação ou somente à oração. E depois vai a Frei Silvestre e
dize-lhe o mesmo".
Foi
Frei Masseo, e conforme a ordem de S. Francisco, deu conta da embaixada primeiramente
a S. Clara e depois a Frei Silvestre. O qual, logo que a recebeu, imediatamente
se pôs em oração e, rezando, obteve a resposta divina, e voltou a Frei Masseo e
disse-lhe assim: "Isto disse Deus para dizeres ao irmão Francisco: que
Deus não o chamou a este estado somente para si; mas para que ele obtenha fruto
das almas e que muitos por ele sejam salvos".
Obtida
esta resposta, Frei Masseo voltou a S. Clara para saber o que ela tinha
conseguido de Deus; e respondeu que ela e outra companheira tinham obtido de
Deus a mesma resposta que tivera Frei Silvestre. Com isto tornou Frei Masseo a
S. Francisco; e S. Francisco o recebeu com
grandíssima
caridade e perguntou-lhe: "Que é que ordena que eu faça o meu Senhor Jesus
Cristo?" Respondeu Frei Masseo: "Tanto a Frei Silvestre como a Soror
Clara e à irmã, Cristo respondeu e revelou que sua vontade é que vás pelo mundo
a pregar, porque ele não te escolheu para ti somente, mas ainda para a salvação
dos outros".
E
então S. Francisco, ouvindo aquela resposta e conhecendo por ela a vontade de
Cristo, levantou-se com grandíssimo fervor e disse: "Vamos em nome de
Deus".
Florezinhas 16
Uma Leitura de os Princípios
Dia Vinte e Seis – A Segunda Nota (continuação)
Portanto, nós ansiamos por amar a todos a quem estão ligados por
laços de família ou amizade. Seu amor por eles e elas se desenvolve à medida
que seu amor por Cristo se aprofunda.
Nós temos um amor e uma afeição especiais para com os demais
membros da erceira Ordem, orando uns pelos outros individualmente e buscando
crescer nesse amor. Nós estamos de guarda contra qualquer coisa que possa
prejudicar este amor, e nós procuramos a reconciliação com aqueles de quem nós
estamos separados. Nós buscamos ter o mesmo amor para com aqueles com quem
temos pouca afinidade natural, pois este tipo de amor não se firma na emoção,
mas é um elo firmado em sua própria união comum com Cristo.
Explorando mais profundamente: O Companheirismo
Espiritual
Por que você precisa de uma Companheira Espiritual?
Para seguir Jesus, praticar uma disciplina Francisclariana, amar a
Deus e a nossos vizinhos cordialmente, precisamos de um apoio, de um amigo, de
restaurador de perspectiva, em resumo, de um guia.
O companheirismo espiritual tem que envolver toda nossa vida:
nossas relações em nossas famílias e comunidades como também nossas relações
com Deus em oração e ação. Uma companheira espiritual nos ajuda a nos ver como
Deus nos vê, com nosso potencial ou forças e fraquezas, e a vermos o mundo e
nossos irmãos e irmãs como Deus os vê, com necessidades físicas e espirituais.
Para companheiro, escolha alguém com quem você pode se encontrar
regularmente, e que pode ser objetivo com você. Escolha alguém cujas sugestões
você considerará seriamente quando elas conflitarem com as suas próprias.
Lembre-se de que há muitos homens e mulheres leigos pensadores e devotos que
podem servir como Companheiros Espirituais; eles não precisam ser clérigos. Sua
companheira precisa saber o que você está tentando fazer e que ferramentas espirituais
você usa na tarefa. Ele ou ela também precisa saber sua situação de vida, que
demandas você tem e quais suas responsabilidades.
Um Companheiro Espiritual é alguém que é:
● um apoio e
companheira no caminho.
● às vezes
uma caixa de ressonância.
● às vezes
um catalisador, acelerando ou reduzindo a velocidade de reações, ajudando a nos
transformar na pessoa que Deus quer que sejamos.
● às vezes
um guia, nos dirigindo pela névoa de nossas emoções, de nossa depressão, de nossa
visão.
● às vezes
uma pedra de toque que testa nossas motivações ou intenções.
● às vezes
uma força que nos acalma, restabelecendo nosso equilíbrio quando problemas
pessoais ou simplesmente a loucura de um mundo materialista transtorna nosso
equilíbrio.
Ao escolher um Companheiro Espiritual,
lembre-se de que ele ou ela:
●
tem que entender seu compromisso com um Cristianismo radical do modo
franciscano, uma vida de oração, disciplina, estudo e trabalho que produz
humildade, amor e alegria.
●
tem que ter humildade para ouvir e responder; é capaz de ouvir além do que as
palavras dizem sem julgamento; não é autócrata.
●
tem que ter conhecimento de si mesmo e seu próprio espírito; tem prática
pessoal de oração.
●
tem reverência para todas as criaturas de Deus e deseja o bem-estar delas e de
você.
●
tem disciplina de si mesmo e sabe respeitar fronteiras pessoais.
Com que frequência vocês devem se reunir?
Normalmente,
uma vez cada mês, mas depende das circunstâncias individuais, trimestralmente
pode ser suficiente. Confirmar com seu diretor de formação e sua companheira espiritual
o que funciona o melhor para você e sua desenvolvimento no caminho
francisclariano. A meta é manter uma relação aberta e saudável com o
companheiro espiritual. Se você perceber que está demorando para se reunir com
sua companheira espiritual, pergunte-se porquê.
Para Reflexão:
1.
Agora, como você vê o relacionamento com sua companheira espiritual?
Que
insight você ganhou ao estudar esta lição?
2. O
que mais anima você em relação à seu companheiro espiritual? O que mais desafia
você?
3. O
que as seguintes palavras do cisterciense Thomas Merton significam para você?
"O guia espiritual vale o seu sal se conduzir uma campanha determinada
contra todas as formas de ilusão que se levantam da ambição espiritual e da
autocomplacência que apontam para estabelecer o ego em glória espiritual."
(Zen e os Pássaros do Desejo)
Notas para sua Companheira Espiritual
Conforme com a Constituição da TSSF, seção 4.1.a: Cada membro da
Terceira Ordem deve ter um Companheiro Espiritual, que normalmente tem a seu
vez o seu próprio Companheira Espiritual e aceita os ‘Princípios’ como a base
da direção.
Os Companheiros Espirituais de terciário/as podem ter treinamento
formal e longa experiência em direção ou nenhuma; eles podem ser clérigos,
membros de ordens religiosas ou leigos. Onde quer que você esteja no largo
espectro da direção, agradecemos sua vontade de ajudar. Sem companheirismo,
todos corremos risco da autodesilusão e caímos na vala da jornada espiritual.
Não há nada tão importante para nossa saúde espiritual como uma boa Companheira
Espiritual. (De Um Guia Franciscano para
Diretor Espiritual, TSSF, Província das Américas,
Rev. Robert Goode, 1991. Revisado de 2000.)
Fundamentos para o Companheiro Espiritual se lembrar:
● O companheirismo
espiritual não é igual ao aconselhamento pastoral. Serve para ajudar um indivíduo
a reconhecer e desenvolver uma relação pessoal mais profunda com Deus.
●
Tudo o que é dito durante a companheirismo é confidencial e não deve
ser compartilhado fora da relação.
●
Manter o tempo com seu formando focalizado na direção mais do que em
uma conversação casual é especialmente importante se seu dirigido também for
seu amigo. Fixar e manter um tempo específico para começar e terminar o
encontro e manter isto pode ajudar em guardar à parte o tempo social. (Uma hora
normalmente é o mais correto.)
●
Tudo na vida de seu formando refletirá sua relação com Deus. A vida
religiosa de uma pessoa não é algo que possa ser separado da sua vida do
dia-a-dia. Em geral, se as relações pessoais da pessoa estão fora de controle, assim
será a relação da pessoa com Deus.
●
Comece fazendo algumas perguntas. Como seu formando veio a procurar
companheirismo espiritual? Como é a sua vida de oração? O que espera o seu
formando da relação de direção? (Quais são suas próprias expectativas?)
●
Você não tem que compartilhar a mesma espiritualidade para dirigir
alguém, mas, se você se acha incapaz de se relacionar com a pessoa ou se sente
incômodo, você pode sugerir que a pessoa procure outra companheira.
●
Às vezes, o que não é dito é mais revelador do que o que é dito.
Esteja atento quando assuntos estiverem sendo evitados, e não tenha nenhum medo
de fazer perguntas pertinentes.
●
Começar a sessão com uma oração ou alguns minutos de reflexão
silenciosa pode ajudar estabelecer o foco.
●
Tente fazer mais escutando do que falando. Compartilhar suas
próprias experiências às vezes pode ser útil, mas pode se mostrar intimidante.
Isso é algo que você terá que discernir por si mesmo.
* Em
breve será publicada a Lição 3