terça-feira, 5 de setembro de 2017

Notas de Formação - 07

Terceira Ordem da Sociedade de São Francisco (TSSF)
Região do Brasil

A série Notas de Formação destina-se aos formandos da TSSF para estimular a conversação e a reflexão entre os companheiros de formação, seja em grupo ou individualmente com um companheiro espiritual ou sacerdote. Para obter o máximo dessas Notas, mês-a-mês, aconselhamos anotar suas reflexões pessoais em um diário.


Nesta postagem no blog Claras e Franciscos segue a Lição 7
Desejamos a todos e todas uma boa leitura.
Lição 7:
Personalizando a Regra Básica da Vida 
Dos Princípios: 
1. O Objeto: Construir uma Comunidade de Amor (Dias 1-4)
Revisão das Lições 1-6:

Nas seis primeiras lições, exploramos brevemente os alicerces da Terceira Ordem: nossos fundadores, história e requisitos de requerimento (companheiro espiritual, regra de vida). No próximo conjunto de Notas (7-16), exploraremos as áreas dos Princípios e suger

iremos formas para você fazer a Regra Básica para Postulantes em uma versão personalizada, que se ajuste a quem você é como membro único da ordem.

 O que há neste estudo?

             Nós exploramos a primeira área dos Princípios, o Objeto, que lemos nos dias 1-4, com o intuito de verificar como a idéia-chave de entrega pode nos abrir para amar mais em nossa vida diária e a vida da comunidade franciscana.

 Começando a explorar  

             1. Quando você ouve a palavra "entrega," quais são algumas das primeiras idéias que vêm à mente?

 2. Pense em um momento em que você se sentiu incompreendido. Qual foi a causa? Porquê você não conseguiu entender as outras pessoas envolvidas?

 3. Qual é um exemplo do seu egoísmo? Porquê é importante para você possuir essa idéia / coisa / pessoa? Como você pode relaxar seu controle sobre isso?


Da Regra Básica para Postulantes

 

1. O Objeto da Ordem: Construir uma Comunidade de Amor (Dias 1-4)

    Minha primeira prioridade é dizer SIM ao chamado de Deus e estar aberto ao movimento do Espírito Santo na minha vida.

    Especificamente, vou considerar como eu sou chamado a construir comunidades de amor a cada dia onde eu moro, trabalho e assisto à celebração religiosa.

    Procurarei ser um agente da paz, defender o que é bom para a criação e promover o bem-estar de todas as pessoas, incluindo eu mesmo.

    Cultivarei um coração grato e praticarei a resiliência (superando as dificuldades pessoais).

    Para construir um relacionamento com meus irmãos e irmãs na TSSF, buscarei oportunidades de companheirismo; rezar diariamente o Compromisso da Comunidade; contribuir financeiramente dentro dos meus meios para a Ordem; interagir responsivamente com meu companheiro espiritual; renovar meus votos anualmente; e respeitar as decisões do Capítulo.

Aprendendo com as Fontes Francisclareanas

 

Francisco despe-se na presença de bispo, pai e gente da cidade

            Diante do bispo, já não suportou demoras e nada o deteve. Nem esperou que falassem, nem ele mesmo disse nada. Despiu-se imediatamente, jogou ao chão suas roupas e as devolveu ao pai. Não guardou nenhuma peça de roupa, ficou completamente nu diante de todos. O bispo, compreendendo sua atitude e admirando seu fervor e sua constância, levantou-se e o acolheu em seus braços, envolvendo-o na capa que vestia. Compreendeu claramente que era uma disposição divina e percebeu que os atos do homem de Deus que estava presenciando encerravam algum mistério.

            Tornou-se, desde então, seu protetor, favorecendo-o, confortando-o e abraçando-o com caridade. É aqui que o nu luta com o adversário nu e, desprezando todas as coisas que são do mundo, aspira apenas a justiça de Deus. Foi assim que Francisco tratou de desprezar a própria vida, deixando de lado toda solicitude, para encontrar como um pobre a paz no caminho que lhe fora aberto: só a parede da carne separava-o ainda da visão celeste.                                                                                                       —1Cel 6.15, 1-7

 

 

Apropriar tudo para Deus

            Não é de admirar que São Francisco tivesse essa conversa com o bispo de Assis, o qual lhe disse: "Acho sua vida difícil demais, muito áspera. Você não possui nada no mundo." "Meu Senhor", Francisco respondeu, "Se tivéssemos bens, precisaríamos de armas para defendê-los".

            Não é de admirar, também, que São Francisco proibiu os irmãos de terem moradias próprias, e de não apropriar nada para si. Tudo deveria ser considerado empréstimo de Deus, do Grande Doador de Esmolas, e os irmãos deveriam tratar todas as coisas criadas, animadas e inanimadas, como bons donativos de Deus que se tornam malvados por nossa própria cobiça e possessividade. Não é que uma coisa individual em si mesma seja má, mas nossas apropriações dela como se fosse nossa, sem referência ao Deus que a criou, que a mantém na existência e que a santifica. Para São Francisco, todas as coisas devem ser tratadas com reverência e com referência ao seu criador, através delas devemos oferecer louvor e ação de graças a Deus.                                      

                        --Murray Bodo, Entrando em Assis (cf. A Lenda dos Três Companheiros, 14:35)


Clara proíbe possuir propriedade

         E como eu sempre fui solícita com minhas Irmãs, na observância da santa pobreza que ao Senhor Deus e ao bem-aventurado Francisco prometemos guardar, assim sejam obrigadas as abadesas que me sucederem no cargo e todas as Irmãs a observá-la inviolavelmente até o fim: isto é, a não aceitar nem ter posse ou propriedade nem por si, nem por pessoa intermediária, e nem coisa alguma que possa com razão ser chamada de propriedade, exceto aquele tanto de terra requerido pela necessidade para o bem e o afastamento do mosteiro. E essa terra não será trabalhada a não ser para a horta e a necessidade delas.                                                                       Regra de Santa Clara, 6, 10-15

 

 

Sobre a oblação

            E tendo preterido totalmente todos aqueles que, neste mundo falaz e perturbador, enganam seus cegos servidores, ama inteiramente só Aquele que se entregou todo por teu amor....               —Terceira Carta de Santa Clara a Santa Inês de Praga (3CCL), 15

 

Uma Leitura de Os Princípios

 

Dia Dois – O Objetivo (continuação)

Pelo exemplo de seu sacrifício pessoal, Jesus revela o segredo de como produzir frutos. Ao se entregar a si mesmo à morte, ele se torna a fonte de nova vida. Da terra erguido sobre a cruz, ele atrai todos a si. A busca ansiosa pela vida leva a própria vida ao seu declínio; a vida que é dada livremente é eterna.

 

 Explorando mais a fundo

 

Oblação

         O Objeto é o presente, ou oblação, do eu, do corpo-mente-alma, para Deus. A oblação reza: "tudo o que eu sou e tudo o que tenho é teu, Senhor. Usa-me para suportar tua luz e amor em tudo o que eu digo e faço e sou." Somos convidados a deixar as distrações de nossas vidas, internas e externas, a tornarmos acessíveis ao Deus falando para nós, para nossos corações e para o funcionamento do Espírito Santo dentro e através de nós. Para que Deus possa entrar, devemos desistir da nossa ilusão de controle. Isso exige ficar em um lugar de vulnerabilidade, a qual a autora Brené Brown descreve como "a vontade de ficar ‘inteiramente por dentro,’ mesmo quando você sabe que pode falhar e se machucar.” É a vontade de abandonar a certeza, arriscar aquilo que é desconhecido, ser de coração aberto. Entregar-se é nada menos que ter a coragem de deixar-se a si, e deixar entrar a Deus.

         A auto-entrega custa tudo. E qual a recompensa? Vida em Deus: paz, amor, bondade. E, no entanto, isso não garante nada segundo os padrões mundiais. Continuaremos a sofrer. Continuaremos a duvidar. Continuaremos a nos perguntar "e agora, quê?". A diferença é que a ansiedade da incerteza é substituída pela paz, a defesa contra as ameaças percebidas é substituída pelo coração aberto, o reinado do mal é substituído pela bondade arrasadora.

            O problema é que não sabemos como é o reino de Deus até chegarmos lá. Onde ou o que é não pode ser conhecido a distância. Quê distância? Fica longe? Não, fica perto, muito perto. Fica por dentro, em nossa mente, em nosso coração. Ainda assim, a viagem será árdua porque temos dedicado toda uma vida em proteger o íntimo de nosso ser.

            A única maneira de “chegar” é, paradoxalmente, afastar-nos, sair da frente, ceder o passo a Deus, oferecendo-nos em oblação. Talvez apareça que não estamos fazendo nada, mas é precisamente esse não-fazer que permite a Deus nos tocar como se fôssemos instrumento musical.

            Você alguma vez foi ver o médico para manipulação de um braço ou perna? A pior coisa que você poderia fazer seria “ajudar” o médico no movimento. O médico não nos pode sarar se “ajudamos.” Nossa tarefa é relaxar e deixar trabalhar o médico. Assim é com Deus. Nossa tarefa é desistir “ajudando” e deixar que Deus nos toque. Daí seremos instrumento de Deus. Daí nossas vidas serão orar sem cessar.

            Resumindo: temos que desarmar todo aquele aparelho de segurança que construímos a través das décadas para proteger-nos, as cordas, as polias, as redes, e entregar-nos, completamente nus, à vida plena em Cristo.

 

Vamos ficar nus

         Quando Pietro Bernardone desafiou publicamente seu filho, Francisco não lutou, não se defendia. Em vez disso, o jovem literalmente tirou toda sua roupa na praça pública. Ele desarmou aqueles que o acusavam, primeiro em se desarmando a si mesmo. Francisco entendeu que a pobreza evangélica não é uma luta, não é algo para conseguir, mas sim uma questão de entrega completa e total a Deus. E é um negócio arriscado porque não sabemos como vai acabar. Entrega significa desistir de controlar, e quem sabe o que pode acontecer se não temos controle!

            A vulnerabilidade que acompanha a nudez é o que buscamos para nos entregar a Deus. Poucos de nós somos capazes de tirar a roupa de uma vez, aqui e agora, ante todo mundo, mas podemos começar uma prática lenta e consistente tirando pouco a pouco. Cada peça que tiramos nos leva um passo mais perto do coração de Deus.

         Na Lição 4 destas Notas de Formação, consideramos o caminho francisclariano da Pobreza Evangélica. Não é que busquemos a pobreza, mas sim que a pobreza é o meio para um coração aberto e compassivo. Quanto menos coisas nós temos, mais nos rendemos. "Coisas" naturalmente incluem bens, mas não esqueça que nossas idéias, dogmas, padrões, podem ser impedimentos ao nosso relacionamento com Deus e com os outros.

            Francisco e Clara são nossos exemplares, nossos professores. E o que eles ensinam? Que cada momento, todos os dias, é uma oportunidade de se render completamente e de forma decisiva, ou até o máximo que pudermos naquele momento, ao amor. Nas palavras de Santa Clara na carta a Inez: "Coloca a tua mente diante do espelho da eternidade! Coloca tua alma no brilho da glória! E transformar todo o teu ser ... através da contemplação" (12-13). Ou nas ações de São Francisco: fica nu.

            Eloi Le Clerc, em seu livro, Retorno aos Evangelhos, escreveu que "Clara fez Francisco compreender que a paz de coração era a maior forma de pobreza, a paz que vem da entrega total de si mesmo a Deus." Clara, como Francisco, sempre colocou o evangelho primeiro. Isso permitiu a misericórdia de Deus e a minoria do eu moldarem sua visão do mundo. O "privilégio da pobreza", que Clara procurava e obteve do Papa, tinha menos a ver com bens materiais e mais com o caminho da misericórdia e da vulnerabilidade. Portanto, seguindo as instruções de Jesus para nós, devemos dar a Deus as coisas que são de Deus. Nós pertencemos a Deus e em Deus vivemos, nos movemos e temos nosso ser. É lá onde encontramos a nossa verdadeira identidade como pessoas amadas e feitas por Deus; e tão pronto para amar os outros.

 

 

Ação ministerial

 

         No confronto, uma das pegadas mais úteis é aquela que você leva para trás. Quando você se encontra em um momento difícil com alguém, dê um passo atrás. Respire e pergunte:

 

+ Como posso ver isso de forma diferente?

                                               - estou culpando o outro? posso apontar o dedo pra mim?

                                               - Preciso reconhecer o mérito do outro?

            + O que eu preciso largar?

                        - a opinião dos outros?

                        - a necessidade de estar certa?

                        - uma idéia de quem eu acho que sou?

                        - alguma necessidade ou emoção interna que bloqueie meu coração?

            + Estou me defendendo da vulnerabilidade?

                   - eu preciso estar no controle?

                        - Temo o desconhecido?

Finalmente, agradeça pelo momento, solte e relaxe no amor de Deus.

 

Para Reflexão:

 

1. Que ação concreta você precisa tomar para ser mais aberto ao Caminho de Deus em vez do caminho de você? Existe uma prática que você pode adotar diariamente para promover a auto-entrega ao Amor?

 

2. Descreva um momento em que você pulou para fazer ou dizer algo sem confiança, quando esse “algo” parecia arriscado. Como acabou? Você sentiu a ação de Deus nessa experiência? Explicar.

 

3. Com quais práticas eu me envolvo no dia a dia para me responsabilizar por minha regra de vida?

 

Uma nota sobre Fidelidade

            Os elementos da Fidelidade (Obediência) e as marcas de adesão na TSSF se encaixam bem nesta seção da regra, O Objeto, porque eles mostram compromisso com a comunidade que devemos criar e sustentar. Esses elementos incluem: contribuição financeira, renovação anual de votos, relatórios regulares, dizendo a Obediência Diária. Outros elementos podem ser incluídos em outros lugares, Santa Eucaristia, reconciliação em 5. Oração; e companheirismo espiritual e retiro em 8. Humildade ou 9. Amor.

           

Personalize sua Regra     

 

            Depois de lidar com esta lição, quais mudanças ou adições você pode fazer para 1. O Objeto da Regra Básica da Vida (veja a pagina 2. acima; ou para 9. Fidelidade (Obediência) é que você está vivendo pela regra tradicional de 9 pontos) para torná-lo mais adequado às suas circunstâncias particulares? Discuta com seu companheiro/a espiritual.

O que você precisa fazer para se jugar mais a Deus e a Comunidade, e menos a si? 






sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Notas de Formação 6

Notas de Formação
Terceira Ordem da Sociedade de São Francisco (TSSF)
Região do Brasil

A série Notas de Formação destina-se aos formandos da TSSF para estimular a conversação e a reflexão entre os companheiros de formação, seja em grupo ou individualmente com um companheiro espiritual ou sacerdote. Para obter o máximo dessas Notas, mês-a-mês, aconselhamos anotar suas reflexões pessoais em um diário. (Adaptado das Notas de Formação da Província Ásia-Pacífico com permissão.)

Lição 6
Francisclarianos (as): 
Seguidores (as) de São Francisco e Santa Clara

O que há neste estudo?

Retornamos à história com uma breve vista geral das Ordens Franciscanas, em particular exploramos os padroeiros e fundadores da Terceira Ordem. 

Para começar a explorar:

1.     Na sua opinião, é possível que alguém seja um seguidor de São Francisco e Santa Clara sem pertencer a uma Ordem formal? Qual a vantagem de pertencer a uma ordem para um seguidor de São Francisco e Santa Clara?

2.     Parece haver uma tensão incorporada nas três Ordens entre um seguimento radical de São Francisco e Santa Clara na pobreza e ação e uma maneira mais moderada de ser um seguidor. Que aspectos da vida francisclariana são essenciais para sua vocação?

3.     Existem franciscanos históricos que você admira? O que franciscano captura a sua imaginação e por quê?

Ideia principal:

As pessoas tentaram seguir a Cristo na companhia de São Francisco e Santa Clara por 800 anos, e embora não é fácil seguir o seu exemplo, as pessoas continuam a tentar.


Fundadores e Padroeiros da Terceira Ordem

Francisco funda a Terceira Ordem
“Então, tomou consigo como companheiros a Frei Masseo e Frei Ângelo, homens santos. E se lançando a caminho como um raio, no ímpeto do espírito, sem olhar caminho ou atalho, chegaram ao castelo que se chama Cannara. E aí São Francisco pregou com tanto fervor e fez o milagre das andorinhas, que por uma ordem sua, se calaram, de tal modo que os homens e as mulheres de Cannara queriam ir atrás dele, abandonando o castelo. São Francisco, porem, lhes disse: "Não vos precipiteis e eu vos ordenarei aquilo que deveis fazer para a vossa salvação." E a partir dali, pensou em criar a Ordem Terceira, para promover universalmente a salvação de todos.”
(Atos do Bem-aventurado Francisco e dos seus Companheiros 16.14-17)

Elizabeth de Hungria (1231) Protetora da Terceira Ordem
Filha do Rei da Hungria, Elizabeth casou com um príncipe alemão aos 14 anos de idade. Embora fosse um matrimônio politicamente organizado, os dois se amaram de verdade, mas seu marido morreu seis anos depois. Durante o matrimônio, Elizabeth deu muito tempo e dinheiro do reino para caridade e para trabalho de hospital. Embora estivesse em profunda aflição, parentes medrosos de que ela esvaziasse a tesouraria do reino pelo seu trabalho de caridade tiraram ela de casa. Empenhada em dedicar o resto da sua vida a Deus, ela foi morar com suas crianças em circunstâncias muito duras em Marburg, onde renunciou à sua riqueza, se uniu à Ordem Terceira, se correspondeu abundantemente com Clara, e se doou aos cuidados com os pobres e doentes. Elizabeth é lembrada como a princesa que fez roupas para aqueles em necessidade e foi pescar para dar-lhes comida. Seu dia de festa é 19 de Novembro.
(Companheira Devocional, TSSF Brasil, 2015)

Louis IX (1270) Protetor da Ordem Terceira, personificou os ideais mais altos de regente cristão medieval. Já desde o início de seu mandato, Louis era o monarca ideal: sinceramente religioso, mas não fanático; imparcial e misericordioso em administrar a justiça, insistindo nos direitos de cada pessoa; estadista agudo e confiável. Ele pôde reconciliar o poder real com a grande simplicidade e pobreza de espírito. Acima de tudo, a qualidade que ele mais valia e que de fato ele possuía, era a integridade. Ele é honrado como luz brilhante da Terceira Ordem. Seu dia de festa é 25 de Agosto.   —Companheira Devocional, TSSF Brasil, 2015.

Padre Joseph (1979) Fundador da Ordem de São Francisco nas Américas.
Em 1919 Claude Crookston, como padre secular que servia como assistente na Igreja de São Lucas, Cincinnati, Ohio, tentou fundar uma comunidade franciscana e tomou o nome de Padre Joseph. A comunidade da Primeira Ordem falhou, mas a Terceira Ordem começou com sucesso. Mais tarde, enquanto servia como vigário da Igreja da Ascensão em Merrill, Wisconsin, Pe. Joseph reviveu a Ordem de São Francisco e ajudou a fundar as Clarissas Pobres. Eleito Ministro em 1924, Pe. Joseph serviu a Congregação Americana de Franciscanos até 1967. Pregador de missão dotado, ele estava ativamente envolvido no movimento anglo católico (Movimento Oxford). Ele morreu em 7 de março de 1979 em Little Portion Friary, a casa-mãe da Congregação Americana de Franciscanos localizada em Long Island, Nova York. 
(Companheiro Devocional, TSSF, 2015)

Uma Leitura de os Princípios

Dia Três - O Objetivo (continuação)
Jesus convoca aqueles que o querem servir a seguir o seu exemplo e a escolher para si o mesmo caminho de renúncia e sacrifício. Para aqueles que o ouvem e o obedecem ele promete a união com Deus. O objetivo da Sociedade de São Francisco é construir a comunidade daqueles que aceitam Cristo como seu Senhor e Mestre e que a Ele são dedicados em corpo e em espírito. Eles entregam suas vidas a Ele e ao serviço de seu povo. A Terceira Ordem da Sociedade consiste daqueles que, enquanto seguem as profissões comuns da vida, sentem-se chamados a submeter suas vidas, mediante votos, a uma disciplina definida. Podem ser homens ou mulheres, ordenados ou leigos, celibatários ou casados.

Explorando mais a fundo:
Uma breve história dos seguidores de São Francisco

Começos da Terceira Ordem
Na lição 4, lemos sobre Luchesio e Buonadonna, um casal que encontrou Francisco por volta de 1209 e queria seguir a Cristo imitando seu modelo enquanto mantinha suas vidas seculares. Em resposta, Francisco implementou a idéia que ele estava meditando desde a pregação em Cannara: Francisco fundou a Terceira Ordem. Foi revolucionário porque agora todos foram reconhecidos como iguais em importância espiritual - homens e mulheres, casados ​​e celibatos, reis e indigentes, clérigos e leigos. A Ordem Terceira Franciscana em todas as suas manifestações tornou-se a maior ordem religiosa do mundo.

Enquanto isso, os Irmãos de 1226 em diante
Durante os primeiros cem anos de sua história, os Irmãozinhos experimentaram uma tensão fundamental entre os “espirituais” e os “relaxati.” Os "espirituais" queriam seguir São Francisco ao não possuir propriedades e, literalmente, viver do dia a dia. Eles tendiam a favorecer viver em ermitações fora das cidades, como Francisco havia feito na Portiuncula.
Os irmãos mais "relaxados" queriam viver em conventos dentro das cidades muradas. Eles queriam fazer conhecer a Francisco pela pregação, e para isso eles construíram igrejas; e para suas missas diárias eles precisavam de livros caros, acessórios de comunhão, sacerdotes e edifícios seguros.
O ideal de não possuir propriedade foi contornado por ter outros como proprietários técnicos, enquanto os Irmãos eram beneficiários efetivos dos conventos e igrejas.
Os irmãos elegeram o estudioso Boaventura de Bagnoregio (1221-1274) como seu sétimo ministro geral na esperança de que ele pudesse fechar a lacuna entre os dois grupos, mas, enquanto sua autoridade pessoal carregava um peso considerável, a Ordem continuava a frustrar quem tinha a melhor idéia de ser um seguidor de Francisco.
O Papa Leão no século XIX voltou a unir os Irmãos Católicos em três grupos: OFM (Ordem dos Frades Menores), OFM Conv (Conventuais) e OFM Cap (Capuchinhos).

Seguidores ingleses de Francisco
Os franciscanos chegaram pela primeira vez à Inglaterra em 1224, mesmo antes da morte de São Francisco. Eles rapidamente estabeleceram casas em Canterbury, Oxford e Cambridge, e se tornaram conhecidos, de seus hábitos, como os Greyfriars. Os frades franciscanos estavam no séquito de reis desde Henrique III, além de serem populares entre os ingleses comuns.
Todos os mosteiros, incluindo todas as casas franciscanas e a Terceira Ordem, foram violentamente dissolvidos às ordens do rei Henrique VIII de 1536 a 1541. Muitos partiram para o continente; outros se tornaram padres anglicanos; muitos simplesmente abandonaram por completo a vida religiosa.

Vida religiosa anglicana
Nos primeiros 300 anos após a Reforma, as ordens religiosas na igreja inglesa eram quase inexistentes. O Renascimento Católico, ou Movimento de Oxford, na década de 1830, redescobriu a vida religiosa, bem como um senso de missão. A Sociedade de São João Evangelista, fundada em 1866, foi a primeira comunidade religiosa de homens na Igreja da Inglaterra. As ordens religiosas gradualmente desenvolveram na igreja, refletindo uma variedade de vida religiosa em comunidade e a diversidade da comunhão anglicana.
A Sociedade da Divina Compaixão foi fundada em 1894 e os membros viveram uma vida de pobreza e oração enquanto ministraram aos moradores de favelas do East End de Londres. Edward Kelly Evans se juntou a esta sociedade em 1911 e foi conhecido como o irmão Giles. Em 1921, Douglas Downes (Irmão Douglas) e Giles assumiram a Flowers Farm em Hilfield, Dorset, que tinha sido oferecido gratuitamente durante doze meses e ministraram aos desempregados que vagavam pelas estradas. Outros se juntaram a eles e em 1931 foram constituídos uma comunidade religiosa.
Assim começou a Irmandade de São Francisco. Em tempo, em 1937, várias outras fraternidades franciscanas se juntaram à Irmandade de São Francisco e a grupos de Terciários para formar a Sociedade de São Francisco.

Franciscanos nas Américas
Aprendemos sobre o fundador da Ordem Franciscana nas Américas, Pe. Joseph, acima. Em 1929, Padre Joseph e os irmãos da Primeira Ordem se mudaram para Little Portion Friary, Mount Sinai (Long Island), Nova York, que se tornou a casa-mãe da Congregação Americana de Franciscanos. O Padre Joseph criou uma Terceira Ordem leal e solidária sob a liderança e governança da Primeira Ordem. Por sua vez, a generosidade dos terciários permitiu que as comunidades da Primeira e Segunda Ordem sobrevivessem espiritualmente e financeiramente.
A Terceira Ordem (TSF) da Congregação Americana de Franciscanos se uniu com a Terceira Ordem (TSSF) da Sociedade Britânica de São Francisco em 1967. Com a fusão, a experiência TSF foi enxertada nos Princípios TSSF originalmente desenvolvidos na década de 1920 em Índia. Na Índia, um grupo de cristãos anglo e indianos, casados ​​e solteiros, clérigos e leigos, criaram uma comunidade, Christa Seva Sangha - a Comunidade do Amor de Cristo. Um padre inglês, Jack Winslow, começou esse grupo onde os membros viviam juntos como uma família. Um dos seus líderes, Pe. Algy (calendário da Terceira Ordem, 23 de novembro) ficou doente e teve que retornar à Inglaterra, trazendo consigo os princípios e sonhos de Christa Seva Sangha para o Ocidente.

A Sociedade de São Francisco
A Sociedade hoje é composta por três Ordens: A Primeira Ordem consiste dos Irmãos da Sociedade de São Francisco (SSF) e das Irmãs da Comunidade de São Francisco (CSF); A Segunda Ordem inclui as Irmãs da Comunidade de Santa Clara (CSCI); E nós somos os Irmãos e Irmãs da Terceira Ordem (TSSF). A Primeira e a Segunda Ordem consistem em pessoas que vivem juntas em comunidade, e a Terceira Ordem compreende homens e mulheres nos caminhos comuns da vida que vivem em uma "comunidade de dispersão."
A Sociedade de São Francisco, Terceira Ordem, consiste atualmente em uma família de 5 províncias em todo o mundo: a Província das Américas, a Província Européia, incluindo Hong Kong, a Província da Ásia-Pacífico, a Província do Pacífico e a Província da África . Enquanto cada província exerce seus próprios estilos regionais, todos nós vivemos pela mesma Regra Comunitária (os Princípios, a Constituição e a Ordem de Admissões).

TSSF no Caribe e América do Sul
Desde a década de 1950, nossa Província incluiu membros do Canadá, mas não foi até 1976 que a Ordem começou a chegar ao sul para incluir membros primeiro no Caribe e depois na Colômbia, Equador, México, Honduras e Guiana.
Em 2003, a Província das Américas recebeu a Ordem Brasileira de São Francisco (OSF) com a assinatura de uma concordata, posteriormente ratificada em 2005 pelo órgão governamental mundial do TSSF, IPTOC, o Capítulo Inter-Provincial da Ordem Terceira. Atualmente, a Região do Brasil da Terceira Ordem (TSSF Brasil) funciona como uma Região semi-autônoma com liderança local sob a jurisdição da Província das Américas.
Ao longo dos últimos dez anos, continuamos a ampliar e expandir nossa associação. Existem membros professos episcopais/anglicanos, ou pessoas em formação, de vários países latino-americanos. Estamos trabalhando ativamente para expandir nossa presença na população hispânica e encontrar maneiras de colmatar as barreiras linguísticas e culturais que nos dividem. O que você tem aqui é apenas os anos de infância e adolescência da nossa história. Para saber mais sobre a nossa história (em inglês), vá para o nosso site, tssf.org, Recursos e Links, e depois para História da Província das Américas.

 Para Reflexão

1.     Por que a história mostra tensões contínuas entre diferentes seguidores de São Francisco e Santa Clara? Entre franciscanos e o domínio secular? Que tensões você experimenta entre sua vocação franciscana e sua vida secular?

2.     Ao longo da história, quais elementos unem os seguidores de São Francisco e Santa Clara? Entre franciscanos e o domínio secular? O que na sua vocação franciscana unifica a sua vida inteira?

3.     Quais são as ações que você pode tomar para ser um exemplo de vida franciscana e também para dar a conhecer o entendimento de São Francisco sobre como seguir a Jesus?

Mais leitura - se te sentires levado
(Ser Franciscano NÃO é ler mais livros!)

Online:
http://www.anglicanfranciscans.org/ - Informações, em inglês, sobre as três Ordens da nossa Sociedade de São Francisco. Informações básicas sobre St Francis e St Clare estão em http://www.anglicanfranciscans.org/about.html.
http://www.franciscansinternational.org/. A Terceira Ordem apoia o trabalho de Franciscans International, uma voz franciscana nas Nações Unidas.
Livros (em inglês, se você conhece livros sobre a história da ordem franciscana, especialmente no Brasil, informe-nos!)

Petà Dunstan, This Poor Sort: A History of the European Province of the Society of St Francis, Darton, Longman and Todd, 1997.
Sister Joyce, CSF, Walking in the Footsteps of Christ: the historical documents of the Society of St Francis, Hilfield: Society of St Francis, 2003. Também chamado “The Book of Roots”.  Pode encontrar no Web: http://www.tssf.org.uk/attachments/article/306/Walking%20in%20the%20Footsteps%20of%20Christ.pdf
Raffaele Pazzelli, Saint Francis and the Third Order: the Franciscan and pre-Franciscan penitential movements, Chicago, IL: Franciscan Herald Press, 1989.
Brockmann, John R., TSSF, The First 100 Years in the Americas: 1917 - 2017: Third Order Society of St. Francis, March 20, 2017.
Por Barbara Bennett